domingo, 29 de novembro de 2009

Língua Materna

O ensino da língua materna diz respeito tanto à oralidade quanto à escrita. Os traços gráficos que imitam a escrita são um ensaio para e descrição de fatos e histórias, fazem parte do ensino da língua materna. Na Educação Infantil o trabalho está mais ligado à oralização das palavras, histórias, músicas, o que leva, consequentemente, ao interesse pela produção gráfica do que se fala. É fundamental focalizar o planejamento no aprendizado da língua materna, mas penso que nem sempre é possível utilizar a escrita, não todos os dias, já que na educação infantil, especificamente em turmas com alunos entre três e quatro anos de idade. A reprodução de histórias de forma oral ou mesmo a construção coletiva de histórias e textos também faz parte do aprendizado da língua materna. O registro por meio de desenhos e a identificação dos mesmos também, mesmo que as palavras sejam escritas por um adulto.

Acredito que a alfabetização é tarefa específica do Ensino Fundamental, não devendo ser priorizada na educação infantil, mas também não pode ser podada se a criança tiver interesse. A oralidade, socialização, afetividade, motricidade ampla e fina, expressão corporal devem ser bem desenvolvidos para que a alfabetização se efetive de maneira satisfatória. Não devemos podar etapas de aprendizagem, as crianças devem passar por cada fase plenamente e sem pressa. 

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Paulo Freire

A partir das leituras sobre Paulo Freire pude conhecer um pouco melhor a obra e vida deste tão importante educador brasileiro. A sensibilidade das palavras de Frei Betto ao escrever sobre a vida de Paulo Freire mostram uma parte da história que eu desconhecia, a emoção que não aparece quando estudamos a teoria em si. Paulo Freire dizia que a educação só pode existir se há amor, fé e esperança, sentimentos tão presentes em nosso dia a dia, mas que na correria da vida moderna as vezes ficam esquecidos. Além destes sentimentos fundamentais para que haja educação, é necessário pensamento crítico para aprender e Paulo Freire pregava a educação como prática da liberdade, não podendo aprisionar as pessoas, mas abrindo os horizontes para novas descobertas e para o exercício da cidadania.

Paulo Freire amava a vida, amava e tinha fé nas pessoas, assim como Frei Betto. Nós educadores temos que ter sensibilidade e amar a vida, respeitando e buscando uma educação libertadora. Não podemos restringir a função de professor como educador dos conhecimentos científicos, é fundamental que acreditemos que é possível educar para a cidadania e felicidade, sem prejudicar outras vidas.

Eu acredito na educação.

"Eduquem as crianças e não será necessário cartigar os homens" (Pítágoras)

Hoje eu admiro mais ainda Paulo Freire, e também Frei Betto.
Sensibilidade, amor, fé, criticidade, liberdade, educação.

Língua de sinais

A interdisciplina de Libras nos mostrou que a condição de pessoa surda não é tão desconfortável assim como nós ouvintes pensávamos. É fundamental uma pessoas surda se aceitar na condição que é e não passar a vida querendo ser ouvinte. As pessoas que não aceitam sua condição de surdez sofrem muito, ainda mais quando a família também não consegue entender o porquê de a pessoa ser do jeito que é - cada um é do jeito que é e pronto, quando conseguimos aceitar algumas limitações também conseguimos desenvolver outras habilidades importantes. Sendo aceitos pelas pessoas do convívio e também participando de uma comunidade em iguais condições a pessoa não se sentirá inferior e poderá ser feliz e realizar seus sonhos, pois uma pessoa surda pode levar um vida normal, mas tem que se aceitar como é e ser aceita, principalmente pelos familiares.

Ainda há resistência dos familiares quando descobrem que uma criança é surda. Há tratamentos, implantes e cirurgias que prometem audição aos surdos, mas geralmente não conseguem ouvir bem depois destes tratamentos, criando uma situação frustante, pois a pessoa não se torna ouvinte e também não é mais surdo.

A palavra é ACEITAÇÃO, pois todas as pessoas possuem limitações, sejam elas físicas, psicológicas, sociais. 

REFLETINDO SOBRE PA - Complementando

A partir do trabalho com PA aprendi que não é fácil fazer pesquisa, que esta deve ser bem pensada e planejada nos mínimos detalhes. As estrevistas são uma forma eficiente de obter dados relevantes para o PA, se forem realizadas por um entrevistador que anota as respostas os resultados serão mais satisfatórios - quando a ferramenta de entrevista utilizada é um questionário escrito não temos a garantia de que todos os envolvidos participarão de forma consciente e verdadeira.

No momento em que pensamos no tema do projeto há, geralmente, muita empolgação, aí que devemos ter cuidado para não sonhar alto demais, pois o tema deve ser bem delimitado para que seja possível obter respostas.

A professora que pretende trabalhar com esta metodologia em sua sala de aula precisa ter muito conhecimento sobre vários assuntos e deve manter-se informada dos acontecimentos na sociedade atual, visto que frequentemente os alunos têm muitas curiosidades em relação ao que está acontecendo e sendo notícia, principalmente na mídia. Como exemplo posso citar a morte do cantor Michael Jackson, que gerou curiosidade sobre os efeitos dos medicaentos utilizados por ele e a doença que ele tinha na pele. A gripe A também gerou muita polêmica sobre as formas de contaminação e tratamento e o medo da morte. São assuntos importantes de serem estudados, mas que num momento em que estão em evidência na sociedade fazem mais sentido de serem estudados pelos próprios alunos.

Penso que trabalhar com PAs numa turma de anos iniciais é um desafio que deve ser experimentado, mas não como matodologia única de trabalho para o ano todo, e sim em alguns momentos do ano, com tempo determinado e exposição do trabalho de cada grupo aos demais colegas de classe, ou mesmo divulgação para a escola como um todo. Uma das atividades criadas por Célestin Freinet foi o jornal da turma, que serve para divulgar informações, penso que seria bem interessante divulgar os resultados de um PA na forma de jornal na escola.

Educação de Jovens e Adultos - Complementando

A Educação de Jovens e Adultos é um desafio para os professores, pois além de ensinar sobre o conhecimento científico e cultural temos que saber aproveitar o extenso conhecimento de mundo trazido pelos alunos que já não são mais crianças. É também um grande desafio a avaliação e promoção neste nível de ensino, que é organizado de acordo com a realidade dos educandos, mas nem sempre atende às reais necessidades destes.

A resistência por parte de muitos alunos que interiorizaram o pensamento de incapacidade própria por não ter estudado na idade considerada mais adequada ou por não ter tido sucesso nessa época é um dos obstáculos que devemos passar, mas só conseguiremos com persistência e acreditando que é possível. Quando acreditamos que podemos realizar algo teremos mais chance de sucesso.

Muitas pessoas procuram a EJA com o objetivo de certificação profissional, mas a função é a qualificação, a aprendizagem - a partir do momento em que os alunos aprendem na EJA a certificação será uma consequência.

sábado, 7 de novembro de 2009

REFLETINDO SOBRE PA

     A delimitação da temática por meio da pergunta inicial é o ponto de partida para a pesquisa, é a primeira etapa da organização de um planejamento: escolher o tema e delimitá-lo. A questão inicial deve ser formulada a partir de uma curiosidade, mas é necessário delimitar na pergunta o tema a ser abordado, para que a pesquisa não se torne muito ampla e de difícil conclusão. A curiosidade motiva à pesquisa e leva a outras curiosidades e dúvidas. A questão inicial deve ser restrita no sentido de sua delimitação, não no sentido de simplicidade, precisa ser objetiva, mas, ao mesmo tempo, aberta o suficiente para permitir ao grupo fazer descobertas, estabelecer relações, analisar dados. Deve haver um ponto de equilíbrio para a formulação de uma boa questão inicial. Num projeto de aprendizagem o objetivo é aprender, descobrir algo novo. O ato de ir em busca, querer saber mais sobre determinado assunto é fundamental para a apropriação do conhecimento.


     As certezas provisórias são organizadas e formuladas a partir dos conhecimentos que possuímos, são as hipóteses que temos sobre determinado assunto. Na medida em que pesquisamos, por meio de leituras, entrevistas, questionários e discussões em grupo construímos aprendizados que nos levam a confirmar ou não nossas certezas e dúvidas. A partir das dúvidas que temos iremos em busca de respostas, mas também devemos confirmar nossas certezas ou não, e estas também contribuirão para as novas aprendizagens e reformulação das certezas. Assim como uma dúvida inicial pode se tornar uma certeza, esta também pode se tronar uma dúvida, o que evidencia que tanto certezas quanto dúvidas nos levarão às novas aprendizagens. Aprender é ter algumas certezas, mas estas também podem ser provisórias, pois aprendemos sempre e o conhecimento que temos hoje pode ser diferente amanhã. A reflexão sobre algo que sabemos é um passo importante para nos questionarmos se o que pensamos saber é realmente verdadeiro. As certezas provisórias podem ser modificadas ou confirmadas, mas não estão acabadas, porque o conhecimento está sempre em construção. São, por isso, realmente 'provisórias'. O que acreditamos que sabemos hoje pode ser desmentido amanhã. O conhecimento está sendo construído e reconstruído a todo instante pela humanidade. Por mais que tenhamos certeza de algo hoje, é uma certeza provisória, pois amanhã pode ser que alguém faça uma descoberta diferente.

     O mapa conceitual é uma forma de organização e articulação dos conceitos trabalhados no projeto, mas principalmente é uma forma resumida de relacionar estes conceitos. É uma forma de representar sinteticamente o projeto, mas não pode ser analisado isoladamente. O mapa articula todos os conceitos trabalhados no projeto, dando uma visão geral do que trata a pesquisa, de forma resumida, esquemática e não explicativa, articulando conceitos, mas sem apresentar resultados.

     Quando há planejamento é possível aproveitar melhor o tempo e aprender mais. Se não fizermos um roteiro de estudos bem planejado ficará uma bagunça e será difícil saber o que deve ser feito primeiro. O planejamento evita transtornos futuros e organiza o que deve ser realizado durante o projeto, ele é fundamental. A organização é essencial para o bom andamento de uma pesquisa, garantindo maior segurança ao grupo, faz a diferença em tudo na vida, seja numa pesquisa, no trabalho ou em casa. O plano de ação organiza a pesquisa, pois nele estão descritas as estratégias para buscar respostas, orientando o desenvolvimento do trabalho e organizando as ações do grupo, envolve uma metodologia de trabalho que vai sendo construída e reconstruída ao longo do processo.

     O interesse é o ponto de partida para a busca do conhecimento, o tema a ser pesquisado deve ser do interesse do aluno, mas ele não deverá buscar somente o que gosta, pois além do seu interesse muitos conhecimentos estarão vinculados ao tema central, compreendendo também conhecimentos e pesquisa que não se referem especificamente à realidade local do aluno, mas que somando aos interesses pessoais, estes conhecimentos irão complementar e completar estudos importantes sobre a realidade do aluno. A curiosidade do aluno é o ponto de partida, pois se o aluno se sente motivado, aprender torna-se algo prazeroso.