domingo, 30 de maio de 2010

Descobertas

A escola é um local de descobertas. Nós professoras queremos que os nossos alunos aprendam cada coisa que lhes ensinamos, mas nem sempre isso acontece, pelo menos nem sempre logo no início. Quando percebemos que depois de tanto falar e trabalhar determinado assunto o aluno demonstra, através de alguma ação ou trabalho avaliativo, que não compreendeu a mensagem que tanto nos empenhamos em fazer o aluno entender, nos sentimos um pouco frustrados, é hora de avaliar a prática e muitas vezes pensamos e nos perguntamos – Onde foi que eu errei? Durante as construções e reconstruções do conhecimento é que vamos percebendo as informações e o mundo à nossa volta em relação a determinado assunto, e isso acontece em tempos diferentes para cada pessoa, inclusive para as crianças, então na verdade, pode não ter havido um erro do professor para que o aluno não aprendesse determinado conteúdo, e sim o fato de o aluno ainda estar em conflito em relação àquele conhecimento. A forma como a criança vê o mundo, o próprio ponto de vista, suas preferências são levadas em consideração quando aprendem algo e, às vezes, tomam conhecimento do fato, mas não internalizam porque não faz sentido prático para elas. Isso aconteceu essa semana comigo e com a minha aluna.


Após vários dias vendo, ouvindo e conversando sobre os alimentos saudáveis o os não saudáveis, sugeri um trabalho de escolha aos meus alunos – espalhei várias imagens de frutas, vegetais, balas e chocolates em cima da mesa e pedi para os alunos observarem. Cada criança pegou uma figura e falou se era saudável ou não e por que. Depois da conversa pedi aos alunos que escolhessem apenas alimentos saudáveis para colar na sua folha. Uma aluna escolheu os saudáveis e também vários que não são saudáveis, então eu perguntei a ela sobre isso e ela respondeu que todos eram bons. Eu refiz a pergunta e ela continuou afirmando que eram bons sim – eu acho que ela estava se referindo ao fato de gostar daqueles alimentos, mas continuou afirmando que eram bons mesmo após eu questionar, então penso que é um exemplo para o que escrevi acima – a menina está aprendendo, mas não passou por uma situação em que verificasse que determinados alimentos podem ser prejudiciais à sua saúde, ainda é um conhecimento superficial. Será que é isso que acontece com a maioria das pessoas em relação ao meio ambiente? Porque todos sabem que se o consumismo não tiver um freio imediatamente, e se não economizarmos água é energia elétrica, em pouco tempo não teremos mais recursos para gozar de qualquer conforto tecnológico, pelos não será acessível à maioria das pessoas. Será que é porque as pessoas não sentiram os efeitos da ação humana sobre a natureza que a maioria das pessoas age como se não se importasse? Enquanto a pessoa não vivencia, ela não aprende realmente? Mas é essencial que aprendamos com as vivências dos outros, para não cometermos os mesmo erros e também para que o conhecimento possa ser ampliado, e não simplesmente reproduzido.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Solidariedade

O dia da solidariedade foi sábado, dia 15 de maio. Resolvemos recolher doações de alimentos e agasalhos durante a semana na escola. Na quinta-feira dia 20, visitamos com as crianças, o Lar dos Idosos em Três Cachoeiras. A visita tinha o objetivo de levar um pouco de carinho aos moradores do lar, também os alimentos. Criança pequena as vezes tem medo do diferente, e lá tem pessoas bem mais velhas do que são acostumadas a conviver e em condições de saúde não muito boas. Antes da visita conversei com os alunos sobre a solidariedade, ajudar a quem precisa, sendo carinhoso. A visita foi muito gratificante, pois os alunos puderam conhecem o local, ter contanto com pessoas que precisam de atenção exercitando assim a solidariedade. É importante que desde de cedo as crianças conhecam diferentes realidades e exercitem a cidadania, que também é ajudar o próximo, seja com doações de alimentos ou apenas companhia a quem preciasa de atenção, pois um sorriso diz muito e custa pouco.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

A agitação do dia a dia

Na escola as crianças frequentemente imitam em suas brincadeiras o que veem os adultos fazerem. A pressa que geralmente temos no dia a dia nos deixa agitados e muitas vezes impacientes. As crianças sentem o humor e as energias presentes nas pessoas e no ambiente, sendo que quando estamos muito apressados as crianças ficam mais agitadas. A criança apresenta disponibilidade para realizar as atividades propostas na escola e para brincar - elas possuem muita energia para gastar diariamente e precissam fazer isso. Em dias de chuva, com o espaço limitado para atividades físicas mais livres, acumulamos energia, muitas vezes tentando estravazá-la onde estamos e de maneiras que invadem o espaço do outro. Nesses dias é mais difícil conter os impulsos de agitação das crianças. É necessário que as crianças aprendam a se controlar de acordo com o ambiente em que se encontram, o que não é fácil. Precisamos canalizar essa energia de uma forma sadia, com atividades mais calmas e estar sempre atentos ao que estão fazendo, mesmo que apenas observando, pois é importante que tenham espaço para a criatividade em suas brincadeiras, que nem tudo o que façam seja guiado pelos adultos.
A professora deve passar confiança para seus alunos, deve se manter calma nas diversas situações que acontecem, para que as crianças confiem. As crianças sentem e reagem às atitudes impacientes ou compreensivas dos professores, por isso é muito importante que estes encarem a hora da aula como o momento de aprendizagem das crianças, deixando da porta para fora outras preocupações e ansiedades.

domingo, 9 de maio de 2010

Contação de histórias

A leitura de histórias para crianças é uma forma de trazer realidades diferentes daquela vivida pelas crianças, possibilitando a entrada num mundo de fantasia, o que também ajuda na resolução de conflitos, pois representamos nossas ansiedades a partir do que é lúdico, muitas vezes resolvendo problemas e aprendendo com as próprias brincadeiras. Representando os personagens das histórias, nos representamos e fica mais fácil colocar-se no lugar do outro, o que é fundamental para que os conflitos, que diariamente ocorrem, sejam resolvidos sem traumas.

A partir da leitura das histórias é que trazemos para o grupo de alunos na sala de aula, assuntos que necessitam ser trabalhados, iniciando o trabalho com determinada temática de uma forma lúdica. Por exemplo: para falar sobre o dia das mães e sobre as características de cada mãe antes contei uma história sobre mãe e filho “Assim tudo começou”. Após a leitura da história conversamos sobre como é a mãe de cada um. O objetivo para a história era levar as crianças ao mundo da fantasia, mas também explorar o que conhecem sobre sua própria origem, que antes de nascerem estavam dentro da barriga da mãe. A partir dessa conversa sobre a história, também recapitulando as partes da história, o diálogo seguiu sobre as características da mãe de cada aluno.

Aos três anos de idade as crianças são muito receptivas aos novos aprendizados, mas também precisam de atividades diversificadas para manterem a atenção, principalmente em tempos em que há tanto para se ver e ouvir, tantos brinquedos que chamam a atenção. Mesmo assim ainda hoje as crianças gostam muito de ouvir histórias e manusear livros de histórias infantis. As histórias lidas não podem ser longas, pois alguns alunos perdem a concentração facilmente depois de pouco tempo, o que pode desconcentrar os outros também. A melhor forma que encontrei para contar histórias, no caso da turma que trabalho este ano, é fazendo os alunos participarem, dialogando sobre a história durante a leitura da mesma. Sei que é importante acompanhar a leitura de uma história sem interrupções, e que devemos usar variadas metodologias para contar histórias, mas a mais eficiente até hoje está sendo a participação dos alunos. Mesmo sendo essa a forma mais eficiente para a contação de uma história, penso que é importante continuar apresentando outras formas de contar histórias, como fantoches, slides no computador, varal e até mesmo a leitura dos livros sem comentários ao longo da mesma. AS HISTÓRIAS NOS LEVAM A UM MUNDO DE FANTASIA QUE NOS AJUDA A RESOLVER CONFLITOS, NOS LEVANDO A NOVAS APRENDIZAGENS.

domingo, 2 de maio de 2010

Passeio Escolar

Um passeio escolar pode significar muito mais para as crianças do que a gente imagina quando planeja a atividade.
Na semana de comemoração ao 22° aniversário do município de Três Cachoeiras fizemos dois passeios de ônibus pelo município, um deles para fazer um piquenique e outro para visitar uma exposição de trabalhos em outra escola.
O mais interessante foi perceber a curiosidade brilhando nos olhos das crianças ao observarmos os locais visitados e falarmos sobre cada um deles - no caso o Morro Azul, onde fizemos o piquenique e visitamos a casa de cultura Vale do Paraíso, passando por duas pontes sobre o rio Paraíso, o que fascinou os alunos e as professoras também - o contato com a natureza é extremamente agradável.
As crianças demostraram interesse e curiosidade, ficando atentas durante a viagem de ônibus e com poucas dispersões durante a visita.
O fato mais marcante da semana foi mesmo o brilho no olhar das crianças.