quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Eixo 4

O eixo quatro foi realizado no primeiro semestre de 2008, e tinha como título central “Prática pedagógica e currículo, construção de projetos para ambientes educacionais”. A interdisciplinas cursadas neste eixo foram: Representação do mundo pela Matemática; Representação do mundo pelas Ciências Naturais; Representação do mundo pelos Estudos Sociais e Seminário Integrador IV.

Trabalhamos em conjunto, nas interdisciplinas, os conceitos de espaço e tempo. De acordo com Ilya Prigogine o tempo se inscreve na matéria e produz marcas que carregamos conosco como educadores, assim também os nossos alunos. O trabalho de orientação espaço-temporal deve ser contínuo, para que as crianças entendam de forma integral estes conceitos, assimilando-os e utilizando-os em sua rotina. O tempo não existe sem o espaço e vice-versa, há uma íntima relação entre um e outro. Não existe nada no espaço, em um lugar, que não tenha ocorrido num tempo, e nada pode ocorrer em um tempo determinado que não esteja localizado num espaço.

Neste eixo elaboramos um plano individual de estudos, o que contribuiu para uma melhor organização das muitas tarefas que desempenhamos, pois foi necessário pensar nos objetivos que tínhamos e em como realizaríamos tudo o que era necessário – parar, pensar e planejar é uma forma de organizar os afazeres com mais praticidade, o que gera economia de tempo. Muitas vezes simplesmente vamos fazendo o que tem que fazer e pensamos, não posso parar agora para escrever sobre o que vou fazer, tenho que fazer e pronto e acabamos envolvendo mais tempo do que gostaríamos, a parada para organização não é perda de tempo, muito pelo contrário, faz o tempo “render” mais.

Em ciências estudamos sobre as concepções que temos sobre a natureza, que podem ser influenciadas pelo que a mídia nos apresenta, na maioria das vezes com objetivos nada louváveis, pois as pessoas ainda pensam mais no ter do que no ser. Marise Basso Amaral escreveu em um artigo que vivemos em um tempo ímpar, mesclados pela tecnologia avançada ao alcance de quem pode pagar e pela contrastante miséria que muitos ainda insistem em não querer enxergar.


“O aprender não é espontâneo, o ensinar não é espontâneo. Por isso foi inventado a escola. Se a educação fosse espontânea não precisaríamos da escola”. Madalena Freire.

“Educar não é ensinar respostas, é ensinar a pensar”. Ruben Alves.

Falas extraídas do filme “O Saber e o Sabor”. O aprender não acontece da mesma forma para todos os alunos, o aprender e o ensinar foram inventados. Não aprendemos nem ensinamos espontaneamente, precisamos de regras, métodos, e isso é a escola que norteia. Precisamos da escola, precisamos apreender conceitos inventados, estipulados para aperfeiçoar as nossas vivências neste mundo tão cheio de novidades.

Este eixo foi muito importante para o trabalho de estágio, pois estudamos a prática de sala de aula e pensamos sobre o sentido do que trabalhamos com nossos alunos. O meu TCC é sobre a inclusão e aprendizagem dos alunos, o que está relacionado ao eixo, pois o objetivo da escola é a aprendizagem dos alunos, sejam eles ouvintes ou surdos.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Eixo 3

Neste eixo do curso, realizado no segundo semestre de 2007, cujo título central foi “Prática Pedagógica e Currículo III - Arte, Literatura, Corporeidade”, cursamos as interdisciplinas: Artes Visuais, Literatura Infantil e Aprendizagem, Ludicidade e Educação, Música na Escola, Seminário Integrador III e Teatro e Educação.

Rever o que fizemos neste semestre está sendo importante para mim, pois a partir do trabalho com estas interdisciplinas foi possível relacionar de maneira mais estreita a prática com a teoria. Os conteúdos estudados me ajudaram a entender melhor e aperfeiçoar muitas ações docentes na educação infantil. Foi neste semestre também que ocorreu uma grande mudança profissional na minha vida – eu trabalhava o dia todo numa escola de Educação Infantil e fui chamada para trabalhar numa escola estadual, por concurso público, no Ensino Médio, com Biologia - passei a trabalhar um turno em cada escola.

O contar histórias, o cantar, o brincar, o representar e a arte sempre estiveram presentes na minha prática docente, mas depois deste semestre de uma maneira mais consciente, porque a maioria dos conteúdos estudados fizeram muito sentido. Uma interdisciplina envolve a outra, elas estão relacionadas pela prática que fazemos a partir delas.

Todas estas interdisciplinas podem ser colocadas em prática, principalmente na educação infantil, em que trabalhamos basicamente o desenvolvimento da criança como ser social e que age no ambiente.

As interpretações de canções na forma de brincadeiras cantadas despertam nas crianças a vontade de participar e aprender. Neste tipo de atividade de representação estão envolvidas várias disciplinas como teatro, música, ludicidade, literatura.

A expressão artística envolvida ou não com outros assuntos é fundamental. A arte faz parte da nossa vida e está presente em todos os momentos. Cada representação gráfica ou plástica deve ser considerada como uma obra de arte, pois a representação artística depende do que o artista quer comunicar.

A exploração livre de diversos materiais constitui um instrumento importante para a criança externalizar alguns de seus sentimentos. Desta forma a arte está estreitamente ligada à ludicidade, pois o Lúdico é o uso da imaginação na realidade para brincar ou para recriá-la.

O olhar sobre a prática destas interdisciplinas é que teve mudanças significativas. Eu já as colocava em prática na minha ação docente, mas não conseguia separar uma da outra teoricamente, parece que tudo fazia parte de uma coisa só. Na prática estas interdisciplinas estão relacionadas e são trabalhadas ao mesmo tempo muitas vezes, mas elas têm seu papel individual no desenvolvimento dos seres.

Aprendi na interdisciplina de literatura que a forma de contar a história é muito importante, que elas devem ser preparadas e escolhidas anteriormente. A forma de contar as histórias deve ser variada, não devemos usar sempre a mesma metodologia.


Artes

Metodologia tradicional – autoritarismo, transmitir conteúdos reprodutivistas, que não se relacionam muitas vezes com o cotidiano e realidade dos sujeitos, desenvolvimento de destrezas e não para a liberdade de criação. Conforme Ferraz e Fusari, o objetivo é exercitar a vista, a mão, a inteligência, a memorização, o gosto e o senso moral. O trabalho é centrado na cópia.

Escola tecnicista – ensinar a fazer.

Escola nova – livre-expressão.

Metodologia Triangular – proposta metodológica que enfoca de forma integrada: o fazer artístico, a análise de obras e objetos de arte e a história da arte. Enfim como nos diz Mirian Celeste Martins, o que se pretende nas aulas de arte, nessa perspectiva, é a interação da criança com o campo da arte, o seu contato direto com ela,

Novas tendências para o ensino da arte segundo Ana Mae Barbosa: um maior compromisso com a cultura e com a história; ênfase na inter-relação entre o fazer, a leitura da obra de a contextualização histórica e social; desenvolvimento cultural e alfabetização visual dos alunos; compromisso com a diversidade cultural e conhecimento da imagem.

Releitura de obras de arte, de acordo com Pillar, não é cópia, mas uma forma de expressar o que entendeu, o que sentiu, é interpretação, criação.

Para Hernández obras de arte, na perspectiva multicultural, são representações sociais, constitutivas de visões de mundo de determinados grupos sociais e não apenas reproduzir cópias dos objetos artísticos de culturas diferentes, sem reflexão.

Com a visita à Bienal do Mercosul aprendi a compreender melhor a arte com fim em si mesma. As representações artísticas podem ser muito variadas e ter significados diversos, dependendo sempre da observação e interpretação a partir das obras.

O artista expressa em suas obras sentimentos, desejos, tristezas, emoções vividas e até protestos em relação a alguma realidade indesejada.

As vezes não entendemos o sentido de algumas obras sem a mediação de alguém que estudou e refletiu anteriormente sobre o assunto.

É necessário sensibilidade para apreciar arte.

A arte não é simplesmente a manifestação gráfica ou visual, envolve outras áreas do conhecimento também como música, dança, sonorização e movimento.


Literatura

Para a contação de histórias, de acordo com Celso Sisto, é necessário prestar atenção aos seguintes detalhes: “olhar para a platéia; linguagem de acordo com a platéia; linguagem fluida; não denunciar o erro; visualizar a história enquanto narra; criar um roteiro visual e verbal, por episódio, na seqüência da história; usar gestos expressivos; movimentar-se só quando a história “exigir”; não explicar a história; o texto deve falar por si mesmo; preparar a história antes; ensaiar sempre; não prender qualquer parte do corpo enquanto está contando; evitar movimentos repetitivos, que o tom de contar seja diferente do tom de bater-papo; projetar a voz em direção ao espaço; usar diversos ritmos no decorrer da narração; acreditar na história que está sendo contada; usar pausas durante a história, explorar o silêncio, o movimento sem palavras; dar à apresentação um tratamento de espetáculo.”

De acordo com o pesquisador Luís Camargo, “a poesia para crianças deve ser o espaço para o lúdico, para os sentimentos, para o trabalho gratuito com as palavras, para as imagens, para o descompromisso com o entendimento “correto” (que não existe), distanciando-se do estritamente pedagógico”.


Ludicidade

Em seu texto, Neusa Maria Carlan Sá, define o lúdico como “uma dimensão humana que evoca os sentimentos de liberdade e espontaneidade de ação. Abrange atividades despretenciosas, descontraídas e desobrigadas de toda e qualquer espécie de intencionalidade ou vontade alheia. É livre de pressões e avaliações.”

Estudamos que o brinquedo é uma atividade voltada para o lazer e que o jogo também pode ter este objetivo, mas tem o lado competitivo.


Música

A música, a sonoridade está presente em nossa vida em todos os momentos, e nos provoca sentimentos, ela nos provoca sensações boas e ruins, nos faz sentir vontade de rir ou chorar, de dançar, pular, enfim, é uma forma de mostrarmos, externarmos nossos sentimentos, que muitas vezes tentamos esconder.

Desenvolvi com os meus alunos muitas vezes atividades de escuta, cantos e brincadeiras cantadas que envolviam a movimentação corporal num espaço determinado. Estudamos na interdisciplina de música que a escuta é fundamental para o desenvolvimento auditivo crítico.

A expressão corporal se constitui numa ferramenta muito importante para o desenvolvimento da criança como um ser social. A partir de brincadeiras cantadas, utilizando tons de voz diferenciados percebi que os meus alunos aprenderam a se concentrar melhor se divertindo também. Estudanto música aprendi a diferenciar timbre e tom de voz, melodia e ritmo, coisas que muitas vezes confundimos sem nos darmos conta da importância que tem, por exemplo, a identidade de uma voz, pois o timbre de cada um é único.

Aprendemos que não são apenas as canções que fazem parte desta interdisciplina. Toda a sonoridade pode ser considerada música aos nossos ouvidos, pois a música é o resultado da combinação de muitos sons.


Teatro

Na interdisciplina de teatro aprendemos que para a expressão corporal, a exploração do ambiente e o conhecimento deste é muito importante, pois assim as crianças se sentirão a vontade para representar.

O teatro na escola tem sua importância no desenvolvimento do indivíduo como um todo, visando uma melhoria na sua qualidade de vida a partir das ações individuais mais criativas, intuitivas, autônomas e livres de preconceitos. Visa o melhor relacionamento e cumplicidade dentro de um grupo, bem como o apoio recebido deste.

O teatro não é apenas a representação dramática explicitada em grandes espetáculos, e sim tudo o que envolve o ator, espectador e uma ação representadora.

O teatro não deve ser usado apenas para trabalhar os conteúdos de outras disciplinas. O conhecimento teatral é importante para o indivíduo como conhecimento de comunicação e ação corporal.


Seminário Integrador

Criação dos blogs Portfólio de aprendizagens. Estudamos sobre os conceitos de “evidência” e “argumentação” a partir do filme Doze Homens e uma Sentença.


Integrando a interdisciplinas

Durante uma contação de histórias podem estar envolvidas uma ou mais músicas, abrangendo a sonoridade de muitas formas, como o tom da voz, o ritmo e a melodia.

Também durante uma história pode ser envolvido o brinquedo e o jogo, criando, durante a contação, fatos e fantasias imaginados pelas crianças que participam ativamente da história.

O teatro também pode e deve estar inserido numa contação de histórias, pois envolve um tipo de dramatização, com atores e platéia, sendo que algo está sendo comunicado.

As crianças desenvolvem sua fala a partir das músicas e brincadeiras cantadas, além de proporcionar mais diversão ao dia de aula.

As interdisciplinas que estudamos se integram perfeitamente, pois a ludicidade está presente em todas elas, o teatro está presente em nossas ações, brincadeiras, histórias, interpretações. Com a música desenvolvemos também nosso lado teatral, lúdico e artístico. A literatura nos leva ludicamente a um mundo de imaginação e arte está em toda parte. O seminário integrador nos auxiliou a ter mais claro nossas aprendizagens buscando as evidências e argumentações.

Este semestre foi muito produtivo. Na vida pessoal ressignificou muitos conceitos, mexendo com meus conhecimentos sobre música, teatro e arte principalmente. Na vida profissional, como docente, houve aperfeiçoamento e construção de novos conhecimentos principalmente em literatura e ludicidade. Mesmo reconhecendo que algumas interdisciplinas foram mais significativas em certos momentos, não posso deixar de afirmar que as considero interligadas e quase que inseparáveis uma da outra na prática.


Relacionando com o TCC e o estágio

Pensando no estágio, posso dizer que todo esse eixo está diretamente ligado com o meu trabalho, pois a prática na Educação Infantil envolve o desenvolvimento das habilidades básicas para vivência num grupo.

Em relação ao TCC, pensei melhor principalmente sobre a musicalidade na escola, que ainda penso ser fundamental, juntamente com as outras interdisciplinas, mas que, no meu caso, com um aluno surdo, muda um pouco. A fala, na escola, é desenvolvida e aperfeiçoada como principal forma de comunicação entre os indivíduos, o que não se aplica totalmente quando se tem um aluno surdo.

O meu aluno surdo participa de todas as atividades na escola, mas na hora da roda, que é o momento em que cantamos, conversamos e contamos histórias, perde o interesse rapidamente quando a atividade envolve mais a fala. Algumas adaptações foram necessárias para integrar melhor esse aluno, mas mesmo assim ele fica um pouco deslocado durante os cantos e conversas. Sei que é extremamente importante adaptar a escola às necessidades dos alunos, mas ainda tenho treze crianças que necessitam desenvolver a linguagem oral e atenção auditiva. Mesmo tendo um aluno que necessita comunicar-se por língua de sinais, o que os outros também estão aprendendo, gradativamente é claro, a comunicação oral ainda é a principal forma de comunicação na escola e na sociedade.  

sábado, 2 de outubro de 2010

Eixo 2

O segundo semestre do curso foi realizado no primeiro semestre de 2007 com as seguintes interdisciplinas:

Desenvolvimento e aprendizagem sobre o enfoque da psicologia; Escolarização, espaço e tempo na perspectiva histórica; Fundamentos da alfabetização; Seminário Integrador II e Infâncias de 0 a 10 anos.

Em psicologia estudamos a epistemologia genética e as teorias de aprendizagem interacionismo, apriorismo e empirismo. Vimos que é necessário ter bem claro qual teoria acreditamos para que o desenvolvimento do trabalho docente ocorra de forma integral, pois seguindo uma linha de pensamento poderemos alcançar mais facilmente os objetivos e misturando teorias isso não é possível visto que a forma como ensinamos depende da forma como acreditamos que a aprendizagem acontece. Também estudamos as teorias psicológicas que trabalham as noções de desenvolvimento e aprendizagem Behaviorismo, Gestalt e Sócio-Interacionismo. Freud e os conceitos de inconsciente, repressão, complexo de Édipo, transferência, sintoma, hipnose, associação livre e sonhos também foi objeto de nosso estudo, bem como id, ego, superego e as fases do desenvolvimento afetivo.

Em Escolarização, Espaço e tempo na perspectiva histórica estudamos sobre a história da educação e função da escola, refletindo sobre o papel da educação na vida dos alunos com diferentes realidades. Conhecemos um pouco sobre a escola da ponte, onde a organização é totalmente voltada para interesse dos alunos, com uma estrutura totalmente diferenciada das escolas que tradicionalmente conhecemos, sem essa organização de turma por idade e currículos pré-definidos por séries.

Em Fundamentos da Alfabetização refletimos sobre o que é alfabetização e letramento. Resumidamente a alfabetização é decodificação do código escrito e Letramento é um processo bem mais amplo, que envolve a utilização do código escrito. Também estudamos os métodos sintético e analítico de aprendizagem da leitura e escrita, dos quais o primeiro inicia o processo da partes para o todo seno também chamado método fônico e o segundo também chamado global, dá ênfase ao conjunto antes das letras.